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Revista Science divulga ações do Nema para recuperar o habitat das ararinhas-azuis

publicado: 06/07/2022 12h27 última modificação: 06/07/2022 12h27
Karen Lima

Os esforços realizados pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) para recuperar o habitat da ararinha-azul nas caatingas de Curaçá (BA) chamaram a atenção da revista Science. Em artigo sobre o retorno das aves à natureza, a revista, que é referência de publicação científica, divulgou o trabalho realizado no projeto Re-Habitar Ararinha-azul, executado juntamente com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O projeto pretende recuperar cerca de 200 hectares de vegetação nas áreas das unidades de conservação da ararinha-azul, habitat prioritário das aves.

Intitulado “A Wild Hope: Two decades after it disappeared in nature, the stunning blue Spix’s macaw will be reintroduced to its forest home”, o artigo disponível on-line também foi publicado na edição impressa da Science de junho de 2022 (volume 376). Com o subtítulo “Making sure the parrots have a home”, o jornalista Kai Kupferschmidt relatou o objetivo do projeto em restaurar a vegetação, como também o cuidado em relação ao manejo das cabras, que são animais importantes para a subsistência da comunidade, mas que se alimentam da vegetação.

Na publicação, o coordenador do Nema, professor Renato Garcia Rodrigues explica que foram necessários estudos específicos para identificar quais plantas pioneiras seriam capazes de crescer em áreas degradadas de difícil restauração, como na Caatinga, e ainda abrir caminho para outras plantas mais exigentes. Conforme o planejamento do projeto, serão plantadas cerca de 50 mil mudas de 26 espécies diferentes, nesta estação chuvosa.

Vegetação onde a ararinha-azul será solta. Foto: Luís F. Coelho

“A divulgação do projeto na Science demonstra a importância e o interesse não apenas na soltura das ararinhas azuis, mas também nos esforços de garantir que a espécie encontre um ambiente propício para o desenvolvimento de sua população. Nesse aspecto, a recuperação da Caatinga, com todos os seus desafios, é fator fundamental”, ressalta o coordenador do Nema, professor Renato Garcia.

Recuperação da vegetação e dos recursos hídricos

Nesse mês de julho, o projeto RE-Habitar inicia a intervenção nos rios intermitentes e também a preparação do solo para o plantio, que deverá começar em novembro. Como as principais áreas recuperadas serão em propriedades da população que vive nas áreas das unidades de conservação, também serão utilizadas no reflorestamento espécies de uso das comunidades. O projeto prevê ainda a construção de barragens subterrâneas e sucessivas e cordões em contorno para aumentar a disponibilidade de água e possibilitar o uso dessas espécies nas atividades econômicas tradicionais.