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Tinta orgânica para proteção anticorrosiva em metais gera mais uma patente para a Univasf

publicado: 24/04/2024 16h04 última modificação: 24/04/2024 16h05

A oxidação de metais ocasiona perdas financeiras significativas, danos ao meio ambiente e representam riscos para a segurança humana. Pensando em criar um produto capaz de retardar os efeitos prejudiciais causados por ambientes oxidativos, pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) criaram uma tinta orgânica que serve para proteger camadas metálicas contra a corrosão. O produto tecnológico "Tintas Orgânico/Biológicas para Proteção Anticorrosiva em Aços de Baixo Carbono" teve os direitos de propriedade intelectual assegurados, tornando-se a sétima carta patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) à Univasf. O deferimento da concessão foi divulgado no dia 9 de abril, na Revista de Propriedade Industrial do INPI.

O pedido de patente do produto tecnológico foi depositado em 2017 em co-titularidade com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os inventores são os professores da Univasf Helinando Pequeno de Oliveira, do Colegiado de Engenharia Elétrica (Cenel); Erlon Rabelo Cordeiro, do Colegiado de Engenharia Mecânica (Cenmec); Mateus Matiuzzi da Costa, do Colegiado de Medicina Veterinária (CMVet); e do pesquisador da UFBA Marcio Luis Ferreira Nascimento. A criação é fruto da pesquisa de doutorado de Cordeiro no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial (PEI) da UFBA, com orientação de Nascimento e Oliveira. O estudo foi desenvolvido nos laboratórios de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (Leimo), de Microbiologia e Imunologia Animal e de Ensaios Mecânicos da Univasf.

A tinta orgânica criada pelos pesquisadores é constituída de um revestimento composto por polipirrol, um polímero orgânico condutor, biofilme de bactéria Staphylococcus aureus e resina poliéster. O polipirrol foi empregado como substrato para a formação de um filme bacteriano de S. aureus sobre a superfície de aço de baixo teor de carbono. Isto permitiu combinar a elevada condutividade e porosidade do polipirrol com a capacidade natural de adsorção de biofilmes na superfície polimérica, resultando em um revestimento com boa resistência à corrosão durante testes de imersão em solução de 3,5% de cloreto de sódio.

"Quando estruturas metálicas de construções ou de meios de transporte são atacadas pela corrosão, que muitas vezes não pode ser acompanhada a olho nu, podem ocorrer rupturas inesperadas em seus conjuntos. Isto, com certeza, exigirá parada da utilização do serviço para suas recuperações. A ideia da tinta é proteger o metal, mais especificamente o aço, desse processo degenerativo”, explica Erlon Cordeiro.

O docente considera que a concessão da carta patente representa o reconhecimento da relevância da pesquisa e de sua potencialidade. “Ter os resultados do nosso trabalho validados por uma instituição de abrangência mundial representa que a ideia da linha de pesquisa é promissora e que contribui para a solução de um problema que ataca principalmente países em desenvolvimento de infraestrutura e industrial”, afirma.

O professor Mateus Matiuzzi, que atuou na área de microbiologia da pesquisa, também salienta a importância da invenção e os benefícios que ela pode trazer, principalmente em relação à preservação do meio ambiente. “A tinta é uma alternativa biológica que pode se tornar uma alternativa para reduzir os impactos ambientais dos produtos químicos. O crescimento bacteriano na forma de um biofilme cria uma camada de proteção sobre as peças, que impede danos e oxidação, aumentando o tempo de vida das peças sem grandes impactos à natureza, colaborando desta forma para a preservação do meio ambiente”, diz.

Helinando Oliveira ressalta a importância da concessão de mais uma carta patente para a Univasf por representar a oportunidade de efetivar a transferência de tecnologia na instituição. “Garantimos o direito de exploração do produto e a possibilidade de iniciar transferência de tecnologia de uma maneira mais eficiente. Então, isto é muito importante para que a Univasf possa agora consolidar as patentes depositadas e começar a fazer efetivamente transferência de tecnologia”, enfatiza.

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