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Univasf coordena revisão de Planos de Ação Estaduais de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca
O Proades foi lançado durante a oficina de planejamento da metodologia de revisão do PAB.
A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) irá coordenar o processo de revisão dos Planos de Ação Estaduais de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAEs) de oito estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. O trabalho será realizado por meio do Programa de Ação contra a Desertificação, Efeitos da Seca e Revisão dos Planos Estaduais (Proades Univasf), lançado na última quinta-feira (31), no Complexo Multieventos, no Campus Juazeiro, durante a Oficina de planejamento da metodologia de revisão do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB).
O Proades Univasf será coordenado pelo professor do Colegiado de Geografia (CGeo) Gustavo Hees de Negreiros e terá a participação dos professores Sirius Oliveira Souza, também do CGeo; Cristiano Marcelo Pereira de Souza, do Colegiado de Geologia; e Airton de Deus Cysneiros Cavalcanti, do Colegiado de Ecologia, todos do Campus Senhor do Bonfim (BA).
O objetivo do programa é atuar no processo de revisão dos PAEs junto a cada um dos dez estados, contribuindo para a elaboração dos novos planos estaduais, que deverão apresentar propostas de projetos e ações para orientar o desenvolvimento de políticas públicas de combate à desertificação no âmbito dos estados. Alguns dos planos estaduais já têm mais de dez anos, pois foram elaborados a partir das discussões sobre o primeiro plano nacional, lançado em 2004, e que também passa pelo processo de revisão atualmente, com a participação do MMA, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
O Proades contará com apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED). Serão destinados cerca de R$ 3,5 milhões para a execução do programa. O acordo entre as três instituições para a revisão dos PAEs foi estabelecido durante a Missão Climática pela Caatinga de Enfrentamento à Desertificação e à Seca, ocorrida no último mês de junho, quando a ministra Marina Silva esteve na Univasf.
O professor Gustavo Negreiros destaca que a inserção da Univasf no semiárido em três estados do Nordeste a torna uma Instituição naturalmente vocacionada a tratar de temáticas ambientais, especialmente no Campus Senhor do Bonfim, cujos cursos são das áreas das Ciências da Terra e da Natureza. “O papel da Univasf é estudar a convivência com a seca e o processo de desertificação na região e discutir essas questões em sala de aula e nas atividades de extensão e pesquisa. Com o Proades será possível aliar o saber acadêmico à prática, levando esse conhecimento para a sociedade e contribuindo para a criação de políticas públicas, que possam se transformar em ações concretas”, afirma o docente.
Durante o evento de lançamento do programa, a equipe do Proades reuniu-se com representantes dos estados para conhecer as realidades de cada estado e planejar o início do trabalho de revisão dos PAEs. Os pesquisadores da Univasf irão se dedicar a analisar aspectos relacionados a alterações no clima, solo e vegetação, bem como a influência e os impactos dessas questões na produção agropecuária na região suscetível à desertificação. “Serão dez planos distintos, um por estado, pois cada estado está em uma fase diferente do processo de revisão e tem suas particularidades”, diz Negreiros. Ele explica que a Bahia é o único estado do Nordeste que não está incluído na área de atuação do Proades por ter um convênio direto com o MMA para tratar do assunto, mas os representantes do estado participaram das discussões durante o evento.
Com atuação prevista até 2026, o Proades Univasf tem como meta concluir o trabalho de revisão dos PAEs até setembro de 2025. O intuito, segundo o professor Gustavo Negreiros, é apresentar os planos estaduais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025.