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Univasf recebe patente por equipamento que produz energia por ação de microorganismos

publicado: 02/12/2022 13h47 última modificação: 02/12/2022 13h47
Renata Freitas

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) obteve do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a concessão de sua quarta patente pelo dispositivo “Célula combustível à base de materiais microporosos e matrizes poliméricas para a bioprodução de eletricidade". O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da Univasf e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), instituição parceira cotitular do registro da patente, que é do tipo Modelo de Utilidade. A carta patente foi divulgada no último dia 22 de novembro.

Os inventores são os professores da Univasf Helinando Pequeno de Oliveira, do Colegiado de Engenharia Elétrica (Cenel), Mateus Matiuzzi, do Colegiado de Zootecnia (CZoo), e Marcio Luis Ferreira Nascimento, da UFBA, e a pesquisadora Ariadne Helena Pequeno de Oliveira. O dispositivo foi desenvolvido no período de 2014 a 2016 nos Laboratórios de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (Leimo), no Campus Juazeiro, e de Microbiologia e Imunologia Animal, no Campus Ciências Agrárias (CCA) da Univasf. Parte da pesquisa também foi realizada no Instituto de Nanotecnologia do Soldado Americano (ISN) do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

O professor Helinando de Oliveira diz que a célula funciona à base de levedura e todos os seus componentes foram desenvolvidos na Univasf. “Em termos gerais, alimentamos a levedura com açúcar e removemos um elétron por célula em intervalos fixos de tempo para gerar uma corrente elétrica que abastece uma carga externa, gerando assim um sinal elétrico”, explica.  De acordo com o pesquisador, o equipamento apresentou bons resultados. “Conseguimos tensões elétricas da ordem de 1V para reatores de 25 ml de solução com levedura”, conta. Oliveira explica que isso significa a mesma tensão elétrica contida em uma pilha alcalina.

Os pesquisadores pretendem continuar os estudos, aumentando o volume dos reatores para verificar a possibilidade de aumentar a geração de energia em aplicações incluindo outros microorganismos a exemplo dos que são usados em bioflocos destinados à carcinicultura. “Por ser o primeiro modelo de utilidade de nosso grupo de pesquisa é uma patente muito importante por mostrar que estamos entrando de vez na confecção dos produtos e cada vez mais próximos de aplicações reais e necessárias”, destaca Oliveira.

Para o professor Mateus Matiuzzi, a obtenção dessa patente é muito significativa para a Univasf, para sua carreira como docente e pesquisador e para a sociedade. “A busca de formas alternativas de energia é muito importante para a sociedade. Nossa célula combustível tem forte potencial de desdobramentos para indústrias no setor da biotecnologia, como a aquicultura”, afirma. Ele ressalta que ações como esta, em que pesquisadores de áreas distintas atuam em projetos interdisciplinares, ajudam a criar pontes entre diferentes áreas do conhecimento.

Os professores Helinando de Oliveira e Mateus Matiuzzi são também os inventores da primeira patente da Univasf, obtida em 2020, por uma fórmula que tem ação bactericida. De acordo com dados do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI), a Univasf tem, atualmente, 47 pedidos de patente registrados junto ao INPI.

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